segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Paula dois



Acho que essas densas lágrimas nunca vão deixar que entenda o meu ver sobre a morte. Enxergo muito bem que só existem dois tipos, aquela que te persegue e te agarra em uma queda de avião, numa bala de chumbo perdida pelas ruas ou quem sabe em um câncer, inesperado e definhante. Existe também aquela morte que esta estacionada, fica lá parada em um mostruário de padaria dentro de um pacote com 20 cigarros, em uma doença que fica escondida atrás da genitália ou em um pó branco que os comerciantes da madrugada vendem.
Pelos meus julgamentos, todos aqueles que partem por uma morte que estava estacionada, são suicidas. E você que agora chora e grita dizendo que amarguei tudo que existia de bom na sua personalidade, veja bem, nunca fui à tua casa.

5 comentários:

  1. Inexorável Morte...fim de tudo e de todos...morte velada, morte inventada, morte forjada...e morrem também as palavras...esquecidas.
    Bons Ventos para ti meu amigo!!

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  2. Considero as mortes lentas as piores, elas são silenciosas e cruéis. E assim como no teu texto, as pessoas erradas também nos matam lentamente.

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  3. somos todos suicidas em potencial... e com uma discrepância incompreensível, não esperamos que a morte cruze conosco.
    mais um belo texto.

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  4. Tudo que é natural é bom, até a morte..a morte pacifica.
    Concordo com o fato da morte estacionada "ser suicida", mas alguns não tem essa consciência.
    Lindo texto.

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