
Exibia de portas abertas sua casa. Mostrando cada belo detalhe e decoração, misturando o moderno com o antigo. Contrastando o verde e o mogno, o azul e o carvalho. Tudo em tal perfeita harmonia e preenchimento que nem parecia sobrar espaço para a desordem e os sentimentos genuínos. Se dizia uma "fortaleza esculpida em bronze" e que nunca sentira tais emoções.
Só eu que via o jardim de sua cabeça. Pegava tudo quanto era sentimento sólido e enterrava, jogando terra, ironia, musica europeia e livros feministas por cima. Ficava apenas com seu sorriso vazio e seu estado perpétuo de indiferença e tranquilidade forçada.
Uma leve chuva era o suficiente para germinar, e não tardava para nascer da terra úmida em lágrimas, belas e teimosas plantas. Com a cara coberta de vergonha e terra, ela arrancava pela raiz e cuspia para longe, sem nem se preocupar se a semente que germinara era de amor ou de ódio.
Esse é lindo. Todo mundo é um pouco Paula né?
ResponderExcluirRealmente, todo mundo é um pouco Paula... Muito bom.
ResponderExcluirCara, esse texto é divino! Afinal, tudo que as mulheres querem, é ser donas da própria casa - corpo e mente se possível. Os sentimentos nos atrapalham, é algo praticamente incontrolável!É o que nos torna imprevisíveis e frágeis...
ResponderExcluirChorei...sem palavras...e viva a(s) Paula(s). Muito sensível...
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