terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Achei estes pesados pensamentos no meio das coisas do meu falecido avô. Estremeci ao perceber que sou apenas hélice de um moinho, e que o mesmo vento que soprava nele ainda sopra em mim.

"A chave para o entendimento do meu ser é a paciência. Não precisa ser um grande analista para me entender, não precisa ser sensível nem sensitivo. É paciência para me ouvir, me ver, me querer e não me interromper enquanto digo. Mas vocês sempre me querem encaixado em algum plano, em algum molde. Me querem previsto, sabendo o que vou fazer. Não entendem o porquê tomo sopa ao invés de comer frango e com um sorriso de canto de boca vocês dizem "Então você é do tipo que não come frango? Não me venha com essa!"
O grande erro de vocês é conectarem as coisas e usar da burrice de um julgamento precoce: se não gostas de carne, provavelmente não tomas aguardente e por conta disso é do tipo rebuscado e aborrecido.
Vá, reputar minhas preferências alimentares ainda passa, mas dizer sobre alegria à vida por cousa tão pequena é me afogar em injustiça. Deixo aqui meu ultimato: bebo cachaça e odeio frango!"