quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Você caminha de um lado para o outro, da poltrona em frente ao televisor para a cama, da cama para o banheiro.
Ele não para de te observar, gordo e preguiçoso, com movimentos lentos e rígidos, sempre apoiado em seu ombro fazendo aquela estranha força gravitacional amplificada, que te obriga a soltar os braços enquanto segura um livro ou a deixar o controle remoto cair sobre o colo.
O tédio, pesado tédio, resolve te visitar nas tardes de Janeiro para te condenar a um sentimento ainda inexplicável, sentimento de vazio que não quer ser preenchido.Se alimenta de tuas vontades e te dá em troca um leve desconforto, um bocejar que fica parado na boca, e que mesmo com muita insistência, não sai por completo, como se tivesse deixado sua marca registrada em você. Podendo assim contabilizar quantos já dominou, e aquela massa apoiada no sofá ,preguiçosamente comemora o triunfo de mais uma tarde ter lhe roubado.